BOLSA DE VALORES É A HORA CERTA?

CHEGOU A HORA DE VOLTAR A INVESTIR NA BOLSA DE VALORES?

A bolsa de valores brasileira está em alta: é hora de investir?

A bolsa de valores brasileira, representada pelo índice Ibovespa, tem apresentado um desempenho positivo nos últimos meses, recuperando parte das perdas causadas pela pandemia de covid-19 em 2020. Em maio de 2023, o Ibovespa fechou aos 106 mil pontos, uma alta de 0,84% no mês e de 13% no ano. Mas quais são os motivos por trás dessa valorização? E o que esperar para os próximos meses? É hora de investir na bolsa?

Os fatores que impulsionam a bolsa

Existem vários fatores que influenciam o comportamento da bolsa de valores, mas alguns dos principais são:

  • O cenário macroeconômico, que envolve aspectos como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a inflação, a taxa de juros, o câmbio, o déficit fiscal e a dívida pública.
  • O cenário político, que envolve aspectos como a governabilidade, a relação entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, as reformas estruturais e as eleições.
  • O cenário internacional, que envolve aspectos como a situação da pandemia de covid-19, que foi declarada encerrada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em maio de 2023, a recuperação das economias desenvolvidas e emergentes, as tensões geopolíticas e as políticas monetárias dos principais bancos centrais do mundo.
  • O desempenho das empresas, que envolve aspectos como os resultados financeiros, os investimentos, as fusões e aquisições, os dividendos e os juros sobre capital próprio.

De forma geral, podemos dizer que a bolsa de valores brasileira tem se beneficiado de alguns fatores positivos nos últimos meses, como:

  • A melhora das expectativas para o crescimento econômico do Brasil em 2023, após uma retração de 4% em 2020. Segundo o boletim Focus do Banco Central, a projeção para o PIB deste ano é de uma expansão de 3,5%.
  • A aceleração do processo de vacinação contra a covid-19 no país, que imunizou mais de 90% da população com pelo menos uma dose e reduziu os casos e mortes pela doença. A vacinação contribuiu para a retomada da atividade econômica e do consumo.
  • A sinalização do Banco Central de que vai manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano pela sexta vez consecutiva em maio de 2023. A Selic está nesse patamar desde novembro de 2022 e reflete o equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico.
  • A aprovação pelo Congresso Nacional de medidas importantes para o equilíbrio fiscal e a sustentabilidade da dívida pública, como a PEC Emergencial, que criou gatilhos para conter os gastos públicos em caso de crise fiscal, e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023, que estabeleceu um teto para as despesas primárias do governo.

A recuperação das economias globais após o choque provocado pela pandemia de covid-19 em 2020. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB mundial deve crescer 5,5% em 2023. A melhora do cenário externo favorece as exportações brasileirasespecialmente de commodities como minério de ferro e soja, que registraram preços elevados no mercado internacional.

Os riscos que rondam a bolsa de valores

Apesar dos fatores positivos mencionados acima, a bolsa de valores brasileira também enfrenta alguns riscos que podem limitar ou reverter sua trajetória de alta. Alguns desses riscos são:

  • O aumento da incerteza política em ano eleitoral, com possíveis conflitos entre os poderes e manifestações populares. Além disso, há dúvidas sobre a continuidade da agenda de reformas estruturais após as eleições presidenciais e legislativas.
  • O agravamento da crise hídrica no país, que pode levar ao racionamento de energia elétrica e ao aumento das tarifas. A escassez de chuvas afeta principalmente as regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde estão concentrados os principais reservatórios hidrelétricos do país. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a capacidade atual de geração de energia elétrica será insuficiente para atender à demanda a partir de outubro. A falta de energia pode prejudicar a produção industrial e o abastecimento de água.
  • O surgimento de novas variantes do coronavírus que possam escapar da imunidade conferida pelas vacinas ou aumentar a transmissibilidade e a gravidade da doença. Isso poderia levar a novas medidas de restrição à circulação e ao funcionamento das atividades econômicas.

É hora de investir na bolsa de valores?

Diante desse cenário complexo e incerto, é difícil responder se é hora ou não de investir na bolsa. Tudo depende do perfil e dos objetivos de cada investidor. No entanto, alguns pontos podem ser considerados na hora de tomar essa decisão:

  • Investir na bolsa requer planejamento, conhecimento e disciplina. Não se deve investir na bolsa por impulso ou por modismo. É preciso ter uma estratégia definida, acompanhar o desempenho das empresas e do mercado e estar preparado para lidar com as oscilações dos preços.
  • Investir na bolsa requer diversificação. Não se deve colocar todo o dinheiro em um único ativo ou setor. É preciso diversificar os investimentos entre diferentes tipos de ativos (renda fixa, renda variável, fundos imobiliários etc.) e entre diferentes setores da economia (financeiro, bens de capital, consumo etc.).
  • Investir na bolsa requer visão de longo prazo. Não se deve esperar ganhos rápidos e fáceis na bolsa. É preciso ter paciência e persistência para colher os frutos dos investimentos no longo prazo.

Os setores que podem se beneficiar da queda na taxa de juros

A queda na taxa de juros pode beneficiar alguns setores da bolsa que são mais sensíveis ao custo do crédito e à demanda interna. Alguns exemplos são:

    • Setor financeiro: as empresas desse setor podem se beneficiar da queda na taxa de juros por dois motivos principais: (1) a redução do custo de captação, que aumenta a margem financeira; (2) o aumento da demanda por crédito, que impulsiona o volume de negócios. Dentro desse setor, destacam-se os bancos, as financeiras, as seguradoras e as empresas de meios de pagamento. Algumas ações desse setor são: Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Banco Inter (BIDI11), Cielo (CIEL3), PagSeguro (PAGS34) e XP Inc (XP).
    • Setor de bens de capital: as empresas desse setor podem se beneficiar da queda na taxa de juros por dois motivos principais: (1) a redução do custo de financiamento, que facilita a realização de investimentos; (2) o aumento da demanda por máquinas e equipamentos, que estimula a produção industrial. Dentro desse setor, destacam-se as empresas de construção civil, infraestrutura, energia e transporte. Algumas ações desse setor são: Weg (WEGE3), Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3), Ecorodovias (ECOR3), Rumo (RAIL3) e Engie Brasil (EGIE3).
    • Setor de consumo: as empresas desse setor podem se beneficiar da queda na taxa de juros por dois motivos principais: (1) a redução do custo do crédito ao consumidor, que aumenta o poder de compra; (2) o aumento da confiança dos consumidores, que eleva o consumo. Dentro desse setor, destacam-se as empresas de varejo, alimentação, vestuário e lazer. Algumas ações desse setor são: Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Americanas (AMER3), Via Varejo (VIIA3), Arezzo (ARZZ3) e CVC Brasil (CVCB3).
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