Jordan Belfort, o Lobo de Wall Street, agora aposta em criptos e NFTs

Autor do livro “O Lobo de Wall Street”, Jordan Belfort, de 59 anos, agora é um investidor de criptomoedas e de NFTs. O fato, divulgado pelo jornal The New York Times, chama a atenção, pois ele já havia criticado o mercado de investimentos do metaverso em 2018.

Mas, agora, Belfort não só mudou de ideia como se tornou um defensor deste tipo de ativos. Inclusive, ele já está faturando alto com isso: cobra cerca de R$ 190 mil para dar um workshop sobre criptos.

De acordo com o próprio Belfort, ele ministrou um curso em abril, em Miami Beach, para 9 pessoas interessadas no universo cripto e de blockchain. Segundo ele, mais de 600 candidatos tentaram uma vaga.

Os escolhidos pagaram o valor de um bitcoin para descobrir qual era a visão do Lobo de Wall Street sobre a indústria. Hoje o bitcoin é negociado na casa de US$ 40.000 – cerca de R$ 190.000.

Em uma entrevista, Belfort afirmou que está investindo em um projeto que pretende levar o ecossistema de cães e gatos para o blockchain e para plataformas de NFTs.

Mas quem é Jordan Belfort? O que faz essas pessoas pagarem tanto dinheiro para ouvirem a sua opinião?

Quem é Jordan Belfort

A história de Belfort é tão incrível que foi levada às telas do cinema pelo diretor Martin Scorcese, em “O Lobo de Wall Street”. O filme foi baseado no livro de mesmo nome, escrito pelo próprio Belfort.

Nos anos 1990, a empresa fundada por ele, a Stratton Oakmont, operava um esquema sofisticado de manipulação de ações.

Ele usou o negócio para participar de um esquema que forçava seus investidores a colocar dinheiro em papéis com preços baixos e depois vender suas próprias ações a um preço artificialmente inflado.

No ápice de sua riqueza, Belfort e os sócios consumiam drogas e empregavam prostitutas regularmente. Ele e seu sócio foram indiciados por fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro. Eles enganaram mais de 1.500 pessoas em um rombo de mais de US$ 200 milhões. Por isso, ele cumpriu 22 meses de prisão.

Após deixar a cadeia, Belfort ganhou destaque por seus livros, como “O Lobo de Wall Street” e “A Caçada do Lobo de Wall Street”.

Mas agora, com essas páginas viradas, ele afirma que está “massivamente ansioso por regulamentação” na indústria de criptomoedas.

O mercado considera Belfort como uma pessoa qualificada para falar sobre fraudes financeiras, já que a empresa que ele fundou em 1990 operou o esquema de manipulações de ações.

Segundo Belfort, ele “nasceu com o dom de vender”, mas aprendeu muito ao ter que treinar seus jovens funcionários quando abriu uma corretora, no início da sua carreira em Wall Street.

Ele usa uma série de truques de persuasão, mas não deixa de enfatizar os erros que cometeu em sua carreira. É categórico ao dizer que persuadir não é enganar e que o bom vendedor deve ter ética.

“O erro que eu cometi foi ficar preso à capacidade de fechar o negócio e treinar as pessoas para fazer o mesmo. Perdi de vista que o verdadeiro propósito do vendedor é ajudar as pessoas a satisfazer suas necessidades, dando-lhes produtos e serviços de qualidade”, afirma.

Confira alguns dos ensinamentos do Lobo de Wall Street

Vender é transferir emoções

Em sua carreira, Belfort entendeu que pessoas amam comprar coisas, mas odeiam serem conduzidas a comprar produtos. Por isso, o vendedor precisa entender que não se deve forçar um cliente a fazer negócio.

Tem de vender para quem realmente quer algo e se interessa pelo produto que se está sendo vendido. Tentar convencer uma pessoa que não quer aquele produto, a querê-lo, na visão do ex-corretor da bolsa, é perder tempo.

“A técnica de persuasão ética é sobre fazer pessoas tomarem decisões que deveriam fazer de fato, são do seu interesse, mas não tomam por algum tipo de bloqueio”, comenta. A ideia é apenas levar a pessoa a dizer o “sim” final para aquilo que ela já queria.

Nesse sentido, ele vê a venda como uma transferência de sentimentos — como a emoção da certeza de se descobrir algo.

Em uma escala de 0 a 10, o vendedor deve medir 10 de certeza sobre aquele produto ser vantajoso. Sua função, então, é passar essa emoção para o cliente.

O possível consumidor, que está em dúvida, deve ser conduzido pelo vendedor. Devem ser apresentadas as características do produto de forma a levar o cliente até o 10 na escala de certeza.

Não basta vender só o produto

O cliente só fará a compra se ele confiar no vendedor e na empresa que fornece o produto. Por isso, o vendedor deve saber vender a si mesmo, pontua o autor de O Lobo de Wall Street.

Dependendo da postura do vendedor, o cliente pode se convencer de que quer aquele produto, mas desconfiar da venda. “Pessoas não compram coisas de pessoas em quem não confiam”, ressalta.

É por isso que, quando treinou seu primeiro time de vendedores, Belford criou uma técnica chamada de Linha Reta. Ela leva em conta três “escalas de certeza” que devem conduzir o cliente até o 10 para que ele chegue a finalizar a compra.

A primeira escala considera que o cliente deve ter certeza sobre o produto. A segunda, sobre vendedor e a terceira, sobre a empresa.

Esse possível comprador deve ser levado pelo vendedor em uma conversa linear onde a sua confiança aumente de forma gradual até atingir o “sim” para a compra.

As desculpas do cliente significam incerteza

Na época em que começou a treinar seus funcionários, eles reportaram dificuldades.

Todos diziam que os clientes sempre acabavam fazendo objeções à compra, dizendo que “ligariam mais tarde”, “iriam pensar” ou “consultariam a esposa/ o advogado”.

Nesse sentido, ele é categórico: quando o cliente não chega próximo de 10 nas três escalas, ele usa uma dessas objeções genéricas como “desculpa”.

Essas objeções significam incerteza, ou seja, ele ainda não confia no vendedor, na empresa, ou no produto.

Quando isso acontece, o vendedor não deve responder essa objeção, mas, sim, dar um passo atrás e tentar novamente convencer o cliente de que é confiável utilizando sua técnica de persuasão.

Explicar mais sobre o produto, falar sobre si e sua experiência de mercado e quais garantias a empresa fornece, por exemplo.

A melhor técnica de persuasão é ser um especialista

A ideia da técnica da Linha Reta é que o cliente deve ser guiado pelo vendedor a dizer “sim” a tudo que lhe é colocado, sendo levado diretamente à venda. Para isso, o vendedor precisa ter total controle sobre a conversa.

E a melhor forma de ter controle sobre a conversa é se mostrar como um especialista. “Pessoas respeitam especialistas”, reforça Belfort.

Segundo seus conhecimentos, o cliente leva quatro segundos para identificar a credibilidade do vendedor.

E isso se dá pela comunicação inconsciente, ou seja, pelo tom de voz, postura corporal, forma como o vendedor se veste, contato visual, entre outras características.

Não se deve insistir após um “não”

Belfort enfatiza que, se o cliente diz “não”, o vendedor profissional não deve insistir. “Esse é o maior erro que jovens vendedores cometem, eles tentam convencer pessoas que não estão interessadas no seu produto”, comentou o ex-corretor.

“Você não pega um ‘não’ e transforma em ‘sim’. Você pega a pessoa que diz ‘deixe-me pensar sobre’ ou ‘te ligo de volta’ e transforma em ‘sim’. A pessoa precisa estar interessada no que você está vendendo”, enfatiza.

Para finalizar, Jordan Belfort ressalta o compromisso com a ética. O vendedor deve usar a técnica de persuasão da Linha Reta de forma em que todos saiam ganhando. Ele, por vender e conseguir faturar, e o cliente, por chegar à confiança necessária para comprar aquilo que ele queria.

Fonte: https://www.euqueroinvestir.com/o-lobo-de-wall-street-belfort-investe-em-cripto/

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