NÃO TOME NO COE! Bolsa para iniciantes

NÃO TOME NO COE! Bolsa para iniciantes.

COE: o que é e como funciona?

COE: Certificado de Operações Estruturadas. Operação estruturada, de forma bastante simplificada, significa que o produto está “envelopado”, ou seja, o COE é um envelope dentro do qual são encontrados outros ativos.

Um exemplo: você quer investir em um COE do banco X. Na hora de escolher entre os COE’s disponíveis, você precisa descobrir para onde vai o seu dinheiro em cada um dos casos. Ou seja: o COE é um envelope ou uma “casca” que contém ativos dentro dele. Você compra o COE, mas seu dinheiro vai para todos esses ativos que formam o COE.

O COE A, por exemplo, é composto por uma parte remunerada em percentual da Selic (renda fixa pós-fixada) e por ações na bolsa de valores (renda variável). O COE B é composto por uma parte remunerada em percentual do CDI (renda fixa pós-fixada) e por prefixados (também renda fixa).

Cada COE pode ser desmembrado nos ativos em que ele investirá seu dinheiro. E, é claro que a rentabilidade depende disso: na parte de renda fixa, você vai ganhar X% ao ano e, na parte de renda variável, poderá ter um rendimento de Y%. Por isso, é necessário um pouquinho de matemática para saber o quanto você vai ganhar no final.

Características dos COE’s:

Emissão

Esse produto só pode ser emitido por bancos e, por ser recente, não são todos os bancos que oferecem o serviço. Uma vez emitido por um banco, o COE pode ser distribuído por corretoras e distribuidoras.

Registro

Ao investir em um COE, a aplicação fica registrada em seu nome na B3, antiga Cetip, o que traz mais segurança.

Investimento mínimo

Normalmente, os valores mínimos de investimento em COE’s são a partir de R$ 1.500,00, dependendo da instituição que a oferece.

Custos

Em alguns casos, pode existir uma taxa de administração/corretagem (assim como na renda fixa) — aquela taxa cobrada por instituições para realizar o investimento. Muito raro, mas pode haver a taxa de performance (como em alguns fundos de investimento) — aquele taxa cobrada nos casos em que a rentabilidade ultrapassa determinado índice de referência.

Apesar de essas taxas existirem em COE, o bom é que a maioria das corretoras não cobra taxa. Assim como em investimentos de renda fixa, em que muitas corretoras e bancos não cobram taxas, o mesmo acontece com os investimentos em COE.

Garantia

É importante também dizer que ele não é garantido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Retorno

Existem COE’s com a opção de juros semestrais, isto é, de seis em seis meses você recebe o rendimento do período. Há outros que possuem a característica de pagamento só no vencimento.

Tributação

Independentemente do ativo que está embaixo da “casca” do COE, a tributação de Imposto de Renda é única. Você paga uma taxa que é definida pela tabela regressiva do IR para a renda fixa. Isso é bem positivo, já que você pode ter seu dinheiro investido em vários tipos de investimentos e só paga uma única tributação de Imposto de Renda. Segue abaixo o percentual de imposto descontado do rendimento:

  • 22,5%: investimentos com prazo de até 180 dias;
  • 20%: investimentos com prazo de 181 dias até 360 dias;
  • 17,5%: investimentos com prazo de 361 dias até 720 dias;
  • 15%: investimentos com prazo de acima de 720 dias.

Tipos de COE’s

Apesar de a maior característica desse produto ser o fato de ele ser híbrido (que pode ter renda fixa ou renda variável), existe também a importante característica da proteção do valor investido. A esse respeito, o COE pode ser classificado em dois tipos:

COE de capital garantido:

Você nunca perde o valor inicial investido. Se você aplicar R$ 3.000,00 em um COE, por exemplo, você nunca perderá esse dinheiro. Pode até ser que você não tenha rentabilidade nenhuma até o prazo de vencimento, mas ninguém vai tocar nos seus R$ 3.000,00.

COE de capital de risco:

Você pode perder todo o seu valor investido, mas não perde mais do que isso. Se você colocar R$ 3.000,00 em um COE, por exemplo, existrá o risco de perder tudo e ficar com um total de R$ 0,00, mas não há o cenário de você ficar no negativo (o que pode acontecer em alguns investimentos de renda variável mais arriscados, com em fundos de investimento alavancados, por exemplo.) Ou seja, em ambos os casos, há uma certa segurança e pode ser uma ótima opção para aqueles que querem arriscar em alguns ativos sem correr o risco de perder todo o dinheiro investido.

Como funciona o COE?

Esse produto é emitido por alguns bancos e você pode investir nele pelo próprio banco ou por corretoras. Todo COE possui o Documento de Informações Essenciais (DIE), onde é possível analisar todas as características daquele investimento. O COE é estruturado com base em diversos fatores do mercado e é “montado” para um perfil de investidor.

Em todo DIE, consta o suitability do produto, ou seja, para qual perfil de risco este COE é adequado. O COE do banco X, como por exemplo, foi criado para um investidor que busca proteção para uma eventual mudança na expectativa da queda dos juros, mas também busca rentabilidade no caso de essa expectativa não se confirme.

Na prática, por ele ser um “envelope” de ativos, desde o início você já precisa saber em quais ativos seu dinheiro será investido — qual é a parte de renda fixa e qual que é a parte de renda variável — e se aquela aplicação faz sentido para o seu perfil investidor e para o momento de sua vida financeira. Por causa disso, é muito importante ler o DIE, entender se determinado COE é adequado para o seu perfil de risco e se informar-se sobre as características do investimento antes de realizá-lo.

Vantagens e desvantagens do COE:

Vantagens:

  • Sensação de segurança
  • Opção em renda variável
  • Internacionalização
  • Tributação

Desvantagens:

  • Sem garantias
  • Baixa liquidez
  • Rendimento máximo

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