As ações da WEG (WEGE3) voltaram a sentir pressão no mercado nesta quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025. Após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24), os papéis despencaram 7,19% às 11h17 (horário de Brasília), cotados a R$ 48,68. O motivo? Um balanço que, apesar de mostrar crescimento robusto na receita, desapontou nas margens e no lucro líquido, reacendendo debates: será essa queda uma oportunidade de compra para investidores de longo prazo?
Resultados da WEG no 4T24: Crescimento com Ressalvas
A fabricante de motores elétricos reportou um lucro líquido de R$ 1,69 bilhão, uma queda de 2,9% em relação ao mesmo período de 2023, mas um avanço de 7,3% na comparação trimestral. Já a receita operacional líquida impressionou, saltando 26,4% para R$ 10,82 bilhões, superando as projeções de R$ 10,67 bilhões. O Ebitda também cresceu, atingindo R$ 2,39 bilhões (+30,5%), alinhado às estimativas de R$ 2,38 bilhões da Lseg.
Por outro lado, a margem Ebitda de 22,1% ficou aquém do esperado (22,6%), mesmo com ajustes contábeis relacionados à aquisição da Regal. Esse desempenho, segundo analistas, reflete um mix de produtos menos lucrativo, especialmente no segmento de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD), que tem margens menores, apesar de seu forte crescimento.
Por que as Ações da WEGE3 Caíram?
O mercado reagiu mal ao que o Itaú BBA chamou de “resultado pouco excitante para uma história excitante”. A combinação de margens comprimidas e um lucro líquido abaixo do visto no 4T23 pesou nas expectativas. Antes da abertura do pregão, o banco já alertava para uma possível reação negativa, destacando que o foco dos investidores seria a lucratividade menor, mesmo com o crescimento expressivo da receita.
O JPMorgan, por sua vez, apontou que o Ebitda ficou em linha com o consenso, mas a margem mais fraca ofuscou os números positivos. Apesar disso, a percepção geral é que a queda pode ser exagerada diante dos fundamentos sólidos da companhia.
Pontos Positivos do Balanço da WEG
Nem tudo é preocupação. Há destaques que reforçam a tese de longo prazo da WEG:
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- Crescimento acelerado da receita: A alta de 26% ano a ano é a mais forte desde o 3T22, com o mercado externo subindo 43% (ou +21% em dólares).
- Força no GTD internacional: O segmento cresceu 66%, alcançando R$ 2,4 bilhões, mostrando a expansão global da companhia.
- Taxa de imposto favorável: Ficou em 19,6%, abaixo dos 20,3% estimados pelo JPMorgan, o que ajudou a amortecer os resultados.
Além disso, a WEG anunciou dividendos complementares de R$ 1,27 bilhão (R$ 0,30 por ação), com pagamento em 12 de março, e propôs um aumento de capital de R$ 5 bilhões via incorporação de reservas de lucro, sinalizando confiança na sua saúde financeira.
WEGE3: Oportunidade de Compra ou Risco?
Para o Itaú BBA, a queda das ações pode ser uma janela de entrada. O banco mantém visão positiva, enxergando potencial de alta no crescimento acima do esperado, especialmente no GTD. “Gostamos das ações e vemos uma liquidação como oportunidade de compra”, afirmaram os analistas.
O JPMorgan também destaca a consistência da WEG, com fundamentos que sustentam a tese de longo prazo, apesar da volatilidade imediata. O ROIC (retorno sobre capital investido) caiu para 34,2%, mas ainda supera as projeções de 32,2%, evidenciando eficiência operacional.
Por outro lado, o mercado parece punir a WEGE3 por expectativas altas demais. A companhia, negociada a múltiplos elevados (cerca de 30x EV/EBITDA), enfrenta o desafio de entregar resultados que justifiquem seu valuation premium.
Vale a Pena Investir na WEG Agora?
Para investidores de curto prazo, a volatilidade pós-resultado pode ser um risco. Porém, para quem mira o longo prazo, a WEG segue como uma das empresas mais sólidas da B3, com crescimento global, gestão eficiente e exposição a setores promissores como energia renovável e infraestrutura.
E você, o que acha dessa queda? Deixe seu comentário e compartilhe sua visão sobre o futuro da WEGE3!