Queda da Selic: o que muda para os investidores?

O que é a Selic e por que ela caiu?

A Selic é a taxa básica de juros da economia, que influencia outras taxas de juros do país, como taxas de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. A definição da Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação.

Ontem, dia 31 de janeiro de 2024, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu, por unanimidade, reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual, de 11,75% ao ano para 11,25% ao ano. Este foi o quinto corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto de 2023. Com a decisão de ontem, a Selic chegou ao menor nível desde março de 2022.

A queda da Selic foi motivada pela melhora nas expectativas de inflação, que se mantiveram dentro da meta do governo, e pela recuperação gradual da atividade econômica, que ainda enfrenta desafios decorrentes da pandemia de Covid-19. O Copom sinalizou que pode fazer mais um corte na próxima reunião, em março, mas que o espaço para novas reduções é limitado.

Como a Selic afeta o mercado financeiro?

A Selic tem um impacto direto e indireto sobre o mercado financeiro, afetando tanto os investidores quanto as empresas. De forma geral, uma Selic mais baixa tende a estimular o consumo e o investimento, favorecendo o crescimento econômico. Por outro lado, uma Selic mais alta tende a conter a demanda e a inflação, mas também pode desestimular a produção e o emprego.

No mercado de renda fixa, a Selic influencia a rentabilidade dos títulos públicos e privados, que são atrelados à taxa básica de juros ou ao CDI, que é uma taxa que acompanha a Selic de perto. Quando a Selic cai, os títulos de renda fixa ficam menos atrativos, pois pagam juros menores. Isso faz com que os investidores busquem outras alternativas de investimento, como a renda variável.

No mercado de renda variável, a Selic afeta o custo de capital das empresas, que é a taxa mínima de retorno que elas precisam oferecer aos investidores para captar recursos. Quando a Selic cai, o custo de capital das empresas também cai, o que aumenta o valor das ações e o potencial de lucro das companhias. Isso faz com que os investidores se interessem mais pelo mercado de ações, que oferece maiores chances de ganhos.

Quais são os melhores investimentos com a Selic baixa?

A escolha dos melhores investimentos depende do perfil e dos objetivos de cada investidor, mas alguns fatores podem ser considerados na hora de montar uma carteira diversificada e adequada ao cenário de Selic baixa.

Para os investidores de renda fixa, que buscam segurança e previsibilidade, uma opção é investir em títulos públicos do Tesouro Direto, que são garantidos pelo governo e oferecem diferentes prazos e rentabilidades. Os títulos prefixados e atrelados à inflação podem ser interessantes para quem quer se proteger de possíveis altas na Selic ou na inflação no futuro. Os títulos pós-fixados, que seguem a Selic ou o CDI, podem ser úteis para quem quer ter liquidez e acompanhar as variações da taxa básica de juros.

Outra opção é investir em títulos privados, como CDBs, LCIs, LCAs, debêntures e CRIs, que são emitidos por bancos e empresas e oferecem diferentes riscos e rentabilidades. Os títulos que têm isenção de imposto de renda, como LCIs, LCAs e CRIs, podem ser vantajosos para quem quer aumentar o rendimento líquido. Os títulos que têm proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), como CDBs, LCIs e LCAs, podem ser indicados para quem quer reduzir o risco de crédito. Os títulos que têm prêmios de risco, como debêntures e CRIs, podem ser atraentes para quem quer obter retornos maiores.

Para os investidores de renda variável, que buscam rentabilidade e diversificação, uma opção é investir em ações, que são partes do capital de uma empresa e que podem se valorizar ou se desvalorizar de acordo com o desempenho da companhia e do mercado. As ações podem ser divididas em dois tipos: as de crescimento, que são de empresas que têm potencial de expansão e que reinvestem seus lucros, e as de dividendos, que são de empresas que têm geração de caixa estável e que distribuem parte dos seus lucros aos acionistas. As ações de crescimento podem se beneficiar de um cenário de Selic baixa, pois tendem a ter um custo de capital menor e um valor de mercado maior. As ações de dividendos podem ser interessantes para quem quer ter uma renda passiva e complementar a renda fixa.

Outra opção é investir em fundos de investimento, que são carteiras de ativos geridas por profissionais e que podem ter diferentes estratégias e categorias. Os fundos de ações, que investem em ações de empresas nacionais ou estrangeiras, podem ser uma forma de aproveitar as oportunidades do mercado de renda variável sem ter que escolher as ações individualmente. Os fundos multimercados, que investem em diversos tipos de ativos, como renda fixa, renda variável, câmbio e commodities, podem ser uma forma de diversificar a carteira e se adaptar às mudanças do cenário econômico. Os fundos imobiliários, que investem em imóveis ou em títulos relacionados ao setor imobiliário, podem ser uma forma de obter renda mensal e se proteger da inflação.

Conclusão

A queda da Selic é um fator importante para os investidores, pois afeta a rentabilidade e o risco dos diferentes tipos de investimentos. Para aproveitar as oportunidades e evitar as armadilhas do cenário de Selic baixa, é preciso estar atento às mudanças na economia e no mercado financeiro, além de ter uma carteira diversificada e alinhada ao perfil e aos objetivos de cada investidor.

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