Starbucks enfrenta crise no Brasil e busca recuperação no exterior

A Starbucks, maior rede de cafeterias do mundo, está passando por um momento difícil no Brasil, onde a sua operadora local entrou com pedido de recuperação judicial. Ao mesmo tempo, a empresa registra lucro e receita recordes no mercado global, impulsionada pela retomada das vendas nos Estados Unidos e na China. Neste artigo, vamos analisar os principais desafios e oportunidades que a Starbucks enfrenta nas próximas semanas e meses.

A crise da SouthRock

A SouthRock Capital é a empresa que opera as lojas da Starbucks no Brasil desde 2018, quando adquiriu os direitos da marca da antiga parceira Alsea. Além da Starbucks, a SouthRock também é dona de outras marcas do setor de alimentação, como o empório Eataly, o restaurante TGI Friday’s e lojas em aeroportos.

No dia 31 de outubro de 2023, a SouthRock entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça de São Paulo, alegando dívidas de R$ 1,8 bilhão. Segundo a companhia, a crise econômica no Brasil resultante da pandemia, a inflação e a permanência de taxas de juro elevadas agravaram os desafios do negócio.

A SouthRock também informou que a Starbucks Coffee International, dona global da operação, rescindiu os contratos de licença da marca no Brasil por falta de pagamento. A empresa brasileira tenta reverter essa decisão na Justiça, alegando que isso inviabilizaria a sua recuperação.

Como consequência do pedido de recuperação judicial, a SouthRock fechou 43 das 187 lojas da Starbucks que possuía no país. As unidades restantes seguem funcionando normalmente, mas enfrentam a incerteza sobre o futuro da marca no Brasil.

O sucesso da Starbucks no exterior

Enquanto a Starbucks no Brasil passa por uma crise, a empresa no exterior comemora resultados expressivos. No dia 2 de novembro de 2023, a Starbucks divulgou o seu balanço do quarto trimestre fiscal de 2023, encerrado em 3 de outubro.

A empresa reportou um lucro líquido de US$ 816 milhões, um aumento de 51% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida foi de US$ 9,4 bilhões, um recorde histórico e um crescimento de 11,3% na comparação anual.

O desempenho da Starbucks foi impulsionado pelo aumento das vendas em lojas comparáveis, que são aquelas abertas há pelo menos um ano. Esse indicador subiu 8% no trimestre, superando as expectativas dos analistas. O destaque ficou por conta dos Estados Unidos e da China, os dois maiores mercados da empresa, que registraram crescimentos de 9% e 11%, respectivamente.

A Starbucks atribuiu os resultados positivos à sua estratégia de inovação, que incluiu o lançamento de novos produtos, como bebidas sazonais e congeladas, o aprimoramento do programa de fidelidade Starbucks Rewards e a expansão do serviço de pedidos pelo celular.

A empresa também anunciou que planeja abrir mais 2.000 lojas no mundo até 2025, sendo 1.500 nos Estados Unidos e 500 na China. Além disso, a Starbucks pretende aumentar o seu dividendo trimestral em 10%, para US$ 0,25 por ação.

As expectativas para a Starbucks nas próximas semanas e meses

A Starbucks enfrenta um cenário de contrastes entre o Brasil e o exterior. No mercado brasileiro, a empresa depende da recuperação judicial da SouthRock e da renegociação dos contratos de licença da marca para continuar operando. No mercado global, a empresa aproveita a retomada do consumo e a liderança no segmento de cafeterias para expandir os seus negócios.

A Starbucks não revelou qual é o seu plano para o Brasil, mas afirmou que segue comprometida com o país e que trabalha em estreita colaboração com a SouthRock. A empresa também disse que respeita a diversidade e a inclusão, valores que foram questionados por alguns críticos que acusaram a Starbucks de eliminar referências ao Natal nos seus copos vermelhos.

A Starbucks também não divulgou uma projeção oficial para o próximo ano, mas disse que está confiante no potencial global da marca. A empresa espera que as vendas em lojas comparáveis cresçam entre 4% e 6% em 2024, e que o lucro por ação fique entre US$ 3,65 e US$ 3,75.

Conclusão

A Starbucks é uma empresa que enfrenta desafios e oportunidades em diferentes mercados. No Brasil, a empresa precisa superar a crise da sua operadora local e garantir a continuidade da marca. No exterior, a empresa precisa manter a sua liderança e inovação no segmento de cafeterias. A Starbucks tem mostrado capacidade de se adaptar às mudanças e às demandas dos consumidores, mas também precisa estar atenta aos riscos e às tendências do setor.

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