Onde Warren Buffett está investindo em 2023? Os destaques do 3º trimestre da Berkshire Hathaway

Warren Buffett, o bilionário investidor conhecido como o “Oráculo de Omaha”, divulgou os resultados do terceiro trimestre de 2023 da sua empresa, a Berkshire Hathaway, que surpreenderam positivamente o mercado. A companhia registrou lucro operacional e caixa recordes, além de aumentar suas participações em algumas empresas e reduzir em outras.

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Lucro operacional e caixa em alta

A Berkshire Hathaway reportou um lucro operacional de US$ 11,9 bilhões no terceiro trimestre de 2023, um aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado superou as expectativas dos analistas, que projetavam um lucro operacional de US$ 10,7 bilhões.

O lucro operacional é o resultado das atividades principais da empresa, excluindo os ganhos ou perdas com investimentos e derivativos. A Berkshire Hathaway possui mais de 60 subsidiárias em diversos setores, como seguros, energia, ferrovias, varejo, serviços e indústria.

A empresa também registrou um caixa recorde de US$ 149,2 bilhões no final do trimestre, um aumento de US$ 5,9 bilhões em relação ao trimestre anterior. O caixa representa a disponibilidade financeira da empresa para investir em novas oportunidades ou distribuir aos acionistas.

As mudanças na carteira de Warren Buffett no terceiro trimestre de 2023

Warren Buffett, o bilionário investidor conhecido como o “Oráculo de Omaha”, divulgou as alterações na sua carteira de ações no terceiro trimestre de 2023. A sua empresa, a Berkshire Hathaway, aumentou suas participações em algumas empresas e reduziu em outras, além de iniciar e encerrar posições em algumas companhias. Neste artigo, vamos analisar os principais motivos e resultados desses movimentos.

As vendas de Buffett

Entre as ações que Buffett vendeu no terceiro trimestre de 2023, os destaques foram:

  • Redução de 46% na participação na Wells Fargo, o banco americano, totalizando 127,4 milhões de ações. Essa venda faz parte de um processo de desinvestimento que Buffett iniciou em 2020, quando reduziu sua participação no banco de 10% para 3%. O motivo dessa decisão foi a perda de confiança na gestão do Wells Fargo, que enfrentou diversos escândalos envolvendo fraudes e práticas abusivas contra os clientes.
  • Redução de 95% na participação na Barrick Gold, a empresa de mineração de ouro, totalizando 1,2 milhão de ações. Essa venda surpreendeu o mercado, pois Buffett havia comprado 20,9 milhões de ações da Barrick Gold no segundo trimestre de 2020, rompendo com sua histórica aversão ao ouro como investimento. O motivo dessa decisão pode ter sido a valorização da ação da Barrick Gold, que subiu mais de 40% desde que Buffett entrou na empresa, ou a preferência por outros ativos mais rentáveis.
  • Redução de 36% na participação na Suncor Energy, a empresa canadense de energia, totalizando 15 milhões de ações. Essa venda pode ter sido motivada pela queda nos preços do petróleo, que afetou negativamente o desempenho da Suncor Energy, que registrou prejuízo de 302 milhões de dólares canadenses no terceiro trimestre de 2023. Além disso, Buffett pode ter optado por concentrar seus investimentos no setor de energia na Chevron, que tem uma posição mais sólida e rentável no mercado.
  • Encerramento da posição na Costco, a rede de atacado, que tinha 4,3 milhões de ações. Essa venda foi uma surpresa, pois Buffett era um admirador da Costco, que considerava uma empresa bem administrada e com vantagem competitiva no setor de varejo. O motivo dessa decisão pode ter sido a valorização da ação da Costco, que subiu mais de 30% em 2020, ou a busca por outras oportunidades de investimento mais atraentes.
  • Encerramento da posição na Pfizer, a empresa farmacêutica, que tinha 3,7 milhões de ações. Essa venda foi uma decisão curiosa, pois Buffett havia comprado as ações da Pfizer no terceiro trimestre de 2020, quando a empresa estava desenvolvendo uma vacina contra a Covid-19. O motivo dessa decisão pode ter sido a realização de lucros, já que a ação da Pfizer subiu mais de 20% desde que Buffett entrou na empresa, ou a diversificação da carteira, já que Buffett iniciou posições em outras empresas farmacêuticas no mesmo período.
  • Encerramento da posição na JPMorgan Chase, o banco americano, que tinha 967,6 mil ações. Essa venda foi uma decisão esperada, pois Buffett já havia reduzido sua participação no banco de 59,5 milhões de ações para 22,2 milhões de ações no segundo trimestre de 2020. O motivo dessa decisão foi a preferência por investir no Bank of America, que tem uma posição mais forte e rentável no setor bancário americano.

As compras de Buffett

Entre as ações que Buffett comprou no terceiro trimestre de 2023, os destaques foram:

  • Aumento de 21% na participação na Kroger, a maior rede de supermercados dos Estados Unidos, totalizando 61,8 milhões de ações. Essa compra foi uma continuação de um investimento que Buffett iniciou no quarto trimestre de 2019, quando comprou 18,9 milhões de ações da Kroger. O motivo dessa decisão foi a aposta na resiliência e no crescimento da Kroger, que se beneficiou da demanda por alimentos durante a pandemia, registrando um aumento de 8,2% nas vendas e de 66,7% no lucro no terceiro trimestre de 202314.
  • Aumento de 52% na participação na RH, a empresa de móveis e decoração de luxo, totalizando 9,8 milhões de ações. Essa compra foi uma ampliação de um investimento que Buffett iniciou no quarto trimestre de 2019, quando comprou 1,7 milhão de ações da RH. O motivo dessa decisão foi a confiança na capacidade de inovação e na liderança de mercado da RH, que se destacou pela sua estratégia de transformação digital e pela sua oferta de produtos e serviços diferenciados, alcançando um aumento de 25% na receita e de 173% no lucro no terceiro trimestre de 2023.
  • Aumento de 87% na participação na Aon, a empresa de consultoria e corretagem de seguros, totalizando 4,4 milhões de ações. Essa compra foi uma expansão de um investimento que Buffett iniciou no segundo trimestre de 2020, quando comprou 4,1 milhões de ações da Aon. O motivo dessa decisão foi a valorização da posição estratégica e da rentabilidade da Aon, que anunciou em março de 2020 a fusão com a rival Willis Towers Watson, criando a maior empresa do setor de seguros do mundo, com uma receita combinada de 20 bilhões de dólares.
  • Início de posição na Chevron, a gigante do setor de energia, com 23,6 milhões de ações. Essa compra foi uma novidade na carteira de Buffett, que não investia em uma grande empresa de petróleo desde 2014, quando vendeu sua participação na Exxon Mobil. O motivo dessa decisão foi a aposta na recuperação e na sustentabilidade da Chevron, que se mostrou resiliente diante da queda nos preços do petróleo, mantendo seus dividendos e reduzindo seus custos, além de investir em fontes de energia renováveis.
  • Início de posição na Merck, na AbbVie e na Bristol-Myers Squibb, empresas farmacêuticas, com 22,4 milhões, 21,2 milhões e 29,9 milhões de ações, respectivamente. Essas compras foram uma estreia na carteira de Buffett, que não investia no setor farmacêutico desde 2012, quando vendeu sua participação na Johnson & Johnson. O motivo dessas decisões foi a diversificação da carteira e a busca por oportunidades de crescimento e de retorno no setor de saúde, que se tornou ainda mais relevante diante da pandemia, com o desenvolvimento de vacinas e tratamentos para a Covid-19.

Conclusão

A carteira de ações de Warren Buffett no terceiro trimestre de 2023 refletiu as suas visões e as suas expectativas sobre o mercado e a economia. Buffett vendeu ações de empresas que enfrentaram dificuldades ou perderam atratividade, e comprou ações de empresas que se mostraram resilientes ou promissoras. Buffett também demonstrou sua capacidade de se adaptar às mudanças e às tendências, investindo em novos setores e em novas oportunidades. Buffett é um dos investidores mais respeitados e bem-sucedidos do mundo, e seus movimentos são acompanhados de perto pelos investidores.

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